SP vai ganhar complexo inédito para autonomia e socialização de pessoas autistas

Para Daniela Foroni, mãe de Pedro Foroni Chalegre, 26, e presidente da Associação Azuis da Leste, localizada em Itaquera, que atende 70 famílias de pessoas autistas, o espaço fará diferença, uma vez que a escola acaba sendo o único local de socialização.

“O meu filho não frequenta mais a escola, o que é fato para a maioria das famílias que têm jovens ou adultos autistas. Eles são negligenciados, uma população totalmente esquecida. A expectativa é que esse centro seja um lugar bacana, que incentive as relações, tenha esporte, lazer. Um ainda é pouco, mas já é um começo.”

Foroni destaca que não basta a pessoa autista acessar direitos básicos, como saúde e educação. “Não quero que o meu filho fique trancado dentro de casa o dia inteiro, sentado no sofá a vida toda. O Pedro vive na sociedade, ele precisa socializar, precisa de outras atividades.

Fonte: Folha de S. Paulo

Azuis da Leste leva assistênca a mães atípicas

Daniela Foroni mora em Itaquera, bairro da zona leste de São Paulo, e é mãe do Pedro, jovem de 25 anos com Transtorno do Espectro Autismo (TEA). Devido às dificuldades para encontrar entidades que atendam às mães atípicas (que têm filhos com alguma deficiência ou síndrome rara), ela e um grupo de mulheres criaram há seis anos um coletivo voltado a essas famílias.

A ideia veio quando uma escola especializada para pessoas com autismo – onde os filhos estudavam – fechar as portas. O grupo de mães foi incentivado a manter contato e, aos poucos, começaram a realizar inclusivos. “Aproveitamos a data 2 de abril de 2016, quando é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, para organizar nossa primeira festa, no Parque do Carmo”, lembra Daniela.

Assim nasceu o Azuis da Leste, projeto que presta assistência a mães de crianças, jovens e adultos com deficiência na zona leste de São Paulo. O programa leva informações e indicações de saúde, cultura e educação direcionados a pessoas com deficiência, além de promover eventos.

“O ‘Azuis’ são mães, são diretoras, são captadoras de recursos que atuam na área da saúde. Tudo por vontade própria em prol da outra. A maternidade atípica é muito solitária”, diz Daniela, idealizadora e presidente do projeto.

Iniciado com crianças com autismo, a iniciativa, também idealizada pensando na distância e na ausência de acessibilidade em eventos na região central da cidade, atende 65 famílias. “São Paulo é uma cidade muito grande e a periferia fica isolada. O ‘Azuis’ está na periferia”, afirma Daniela.